Última atualização: 27/09/2023 às 18:47:00
Dando continuidade ao projeto “Diálogos Essenciais”, a Justiça Federal da 5ª Região (JF5) promoveu, na tarde desta quarta-feira (27/09), através plataforma Microsoft Teams, a palestra “Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio”, com professor adjunto de Psicologia da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Alexandre Barreto, e a psicóloga biblioterapeuta, Tereza Roberta Rodrigues. O encontro reuniu magistrados(as) e servidores(as) dos seis estados que compõem a 5ª Região.
O evento foi aberto pela juíza federal da 8ª Vara Federal da Justiça Federal de Pernambuco (JFPE), Thalynni Maria de Lavor Passos, que exibiu um vídeo contando a história da morte do adolescente americano Mike Emme e o surgimento do “Setembro Amarelo”, dedicado à prevenção do suicídio. A magistrada, além de apresentar os convidados, falou da necessidade de abordagem da temática, tanto no ambiente de trabalho quanto nos processos da Justiça.
O primeiro a palestrar foi Alexandre Barreto, que abordou o tema “Vida Viva, Presença e Graça”. O terapeuta alertou para o excesso de cobranças da sociedade e como a pressão para atender a essas expectativas gera sobrecarga e adoece as pessoas, não apenas os adultos, mas principalmente as crianças. Por outro lado, o palestrante salientou a importância de olhar a vida com mais leveza e graça, citando o ambientalista e filósofo indígena Ailton Krenak, que considera a vida uma “dança cósmica”. O professor falou, ainda, da importância de se cultivar o estado de presença e da meditação como ferramenta terapêutica. “Vivemos sempre preocupados com o futuro ou apegados a problemas e traumas do passado”, acrescentou.
Tereza Rodrigues lembrou de como as pessoas são forçadas, desde a infância, a se encaixar em certos padrões e atender a expectativas, principalmente no que se refere à utilidade diante da sociedade. “Muitas vezes, as pessoas não têm a oportunidade de ser quem elas realmente são”, salientou. A psicóloga ressaltou, ainda, os vários casos de Síndrome de Burnout, que se caracteriza pelo esgotamento físico e mental diante de situações de trabalho desgastante. Ela defendeu que haja mais espaço de fala e escuta nas instituições. “Vivemos a sensação de estarmos sendo sempre vigiados. A pessoa se desconecta de si mesma para dar conta das demandas”, completou.
A segunda etapa do encontro foi destinada a perguntas e debates em torno do tema. Os participantes tiveram a oportunidade de trocar experiências, opiniões e levantar questões acerca da solidão, da dificuldade de comunicação e da pressão por resultados no trabalho e na vida.