Com o tema central “Acolhendo a neurodiversidade”, a Justiça Federal em Alagoas (JFAL) sedia, até a próxima quarta-feira (25/09), a III Semana de Acessibilidade e Inclusão. A programação conta com debates, palestras, capacitações e rodas de diálogos sobre a temática. A abertura do evento aconteceu, nesta segunda-feira (23), com a apresentação do coral da Escola Estadual de Cegos Cyro Accioly e com uma capacitação promovida pela advogada Tatiana Takeda, presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás.

O treinamento conduzido por Takeda abordou diversos temas, entre eles: dignidade da pessoa com deficiência; barreiras atitudinais; direito à Justiça, à educação e à saúde; acesso à comunicação e à tecnologia assistiva; deficiências ocultas; atendimento prioritário; e mercado de trabalho e empregabilidade.

A advogada reforçou a relevância de se ter profissionais habilitados no ensino de pessoas com deficiência e ressaltou, também, a importância do estímulo à participação destas pessoas na vida em sociedade. “Precisamos de incentivos na capacitação de professores para que estes possam entender e respeitar a adaptação curricular dos estudantes que possuem deficiências. Além disso, temos que incentivar as pessoas à participação. A pessoa com deficiência tem direitos, e ela pode e deve exercê-los, isso é cidadania”, ressaltou a palestrante.

A advogada compartilhou sua experiência pessoal durante a capacitação: um de seus dois filhos foi diagnosticado com autismo. “Percebi que existem diversas mulheres que não conseguem trabalhar, porque precisam cuidar dos filhos e, por isso, é muito importante pensarmos nos cuidadores; precisamos entender e cuidar de quem cuida. Estas pessoas poderiam estar com os filhos recebendo tratamento enquanto recebem tratamento também”, relatou.

O diretor do Foro da Justiça Federal em Alagoas, juiz federal Aloysio Cavalcanti; o decano da JFAL, juiz federal Sérgio Wanderley; o presidente da Comissão de Acessibilidade e Inclusão da JFAL, juiz federal Felini Wanderley; o coordenador do Projeto Vozes, juiz federal Antônio José de Carvalho Araújo; e o juiz federal André Monteiro estiveram presentes na abertura do evento.

Palestras

A programação seguiu, nesta terça-feira (24/09), com as palestras “Capacidade Jurídica das Pessoas com Deficiência”, conduzida pela juíza federal Kátia Roncada, presidente da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); “Acessibilidade e Inclusão no Ambiente de Trabalho”, com a advogada Tatiana Takeda; “Pessoa com deficiência, hipervulnerabilidade e saúde suplementar: panorama legal, normativo e jurisprudencial”, com Paulo da Luz; e “Autismo e Poder Judiciário: considerações médicas sobre o autismo”, com Suenia Timotheo.

Famílias atípicas

Durante a programação, o público também está tendo a oportunidade de prestigiar a feira das famílias atípicas empreendedoras, com produtos produzidos por famílias de pessoas com autismo, como peças de artesanato, quadros, bijuterias, alimentos e guloseimas.

Além da feira, o público contará com a clínica Ciclos Desenvolvimento Infantojuvenil que apresenta, durante toda a programação na JFAL, recursos sensoriais e comunicação alternativa, aplicados para o tratamento de crianças e jovens com transtorno do espectro autista.