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  • Desembargadores cearenses do TRF5 ganham títulos de Cidadãos Pernambucanos
    Última atualização: 07/06/2024 às 15:09:00



    Foi com o auditório cheio que a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) recebeu os desembargadores federais Fernando Braga, presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5, Leonardo Carvalho, corregedor-regional da Justiça Federal na 5ª Região, Roberto Machado, Cid Marconi e Leonardo Coutinho, para a concessão dos títulos de Cidadãos Pernambucanos.  Todos naturais do Ceará, os magistrados foram agraciados com a honraria em razão de, ao longo de anos, promoverem a Justiça no Estado de Pernambuco e prestarem relevantes serviços à população local. 

    A cerimônia, realizada na noite da quinta-feira (6/06), relembrou a relação histórica entre os estados de Pernambuco e Ceará. O evento foi comandado pelo presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto. “Essa homenagem, além de justa, é também histórica. Afinal, estão aqui reunidos cinco brilhantes juristas nascidos no Ceará. Importante destacar que, ao longo dos anos, a Casa de Joaquim Nabuco construiu com o TRF5 uma relação harmoniosa, marcada pelo diálogo republicano e estima mútua. Por isso tudo, expressamos honra em tê-los como cidadãos pernambucanos”, ressaltou, na abertura da solenidade. 

    Todos os homenageados da Terra da Luz (forma como o Ceará também é conhecido) demonstraram alegria e orgulho em receberem a nova cidadania. Braga começou o seu discurso citando a letra da música “Monólogo ao Pé do Ouvido”, de Chico Science, e recordando que testemunhou esse “fenômeno pernambucano”. “Eu estava lá. Lá era 1993. Peguei a estrada no meu Chevette 1986. No final da tarde, no lusco-fusco, estava ali, Goiana. Até hoje lembro de uma igreja no meio do quase nada. Mais uma hora, chegaria na Manguetown. Foi em Pernambuco que tive meu primeiro trabalho e meu primeiro lar longe da minha mãe. Pernambuco mudou o rumo da minha vida”. 

    O magistrado disse que, depois disso, fez diversas viagens pelo Brasil. Citando Rogaciano Leite, lembrou que, como caixeiro viajante, correu terras, mas voltou a Pernambuco, 20 anos depois, quando tomou posse como desembargador federal, no TRF5. “Como me alegra e me honra receber o título de cidadão pernambucano, um título declaratório, que só reconhece um fato já existente. Só tenho a agradecer ao povo desse Estado e aos seus representantes. A partir de hoje, sou um autêntico ‘pernambuquense’, um nordestino completo”, celebrou. 

    Machado recordou que, quando ingressou na magistratura federal, em 1988, assumiu a 4ª Vara Federal de Pernambuco, no Recife. À época, declarou, se perguntava por que veio parar em Pernambuco. “Pesquisando minha árvore genealógica, descobri que tenho um bisavô que nasceu em Santo Antão (hoje Vitória de Santo Antão), em 1853, e outros familiares que, entre vindas e idas, ligaram nossas vidas a Pernambuco. É uma honra receber esse título; agradeço a todos que contribuíram para esse grande capítulo na minha história”.

    Cid Marconi afirmou que sua vida está ligada às raízes pernambucanas. “Meu bisavô trabalhava na Alfândega, no Recife. Minha avó morou por vários anos nessa cidade, até que seu pai decidiu que ela deveria terminar os estudos em Fortaleza”. Ressaltando aspectos da arte, da cultura, das paisagens, do carnaval, da culinária e da economia pernambucana, Marconi disse que a honraria é um retorno às suas origens. “Ser pernambucano é um sonho realizado. É viver em uma terra que pulsa cultura, história e desenvolvimento, onde o passado e o presente se encontram para construir um futuro promissor. É uma honra imensa receber esse título e poder chamar Pernambuco de meu lar”, comemorou. 

    Ao externar profundo agradecimento, Carvalho, que devido ao papel de corregedor tem percorrido todo o Estado de Pernambuco, revelou que quase nasceu pernambucano. “Em 1975, 1976, minha mãe esteve aqui, grávida de mim, e quase me teve. Mas o destino a gente não escolhe, ele nos encontra, tanto que é aqui que eu tenho que nascer de novo, se não de fato, de direito”, disse. “Sempre digo aos colegas da Justiça Federal que tenham atenção e cuidado com o povo. Em nossas mãos, encontram-se os desafios para assegurar os direitos das pessoas. Gratidão à terra dos altos coqueiros por nos permitir seguir firmes nesse propósito”. 

    Coutinho mencionou Luiz Gonzaga, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e Chico Science para lembrar que sua história com Pernambuco começou em 1986, em uma viagem de família, e se consolidou com o trabalho como juiz federal na 14ª Vara da Seção Judiciária de Pernambuco (de 2016 a 2022) e coordenador dos Juizados Especiais Federais de Pernambuco (2018 a 2021). “As minhas raízes cearenses, com muito orgulho, se dispõem a somar à história, ao desenvolvimento e à tradição pernambucana. Esse título não é apenas uma honraria, mas um compromisso que assumo em honrar a confiança depositada e trabalhar para o desenvolvimento de Pernambuco, valorizando sua cultura e suas tradições, e contribuindo para o bem-estar de seu povo”, assegurou. “Agora, como cidadão pernambucano, estou entre aqueles com a maior autoestima em linha reta do mundo”, brincou, fazendo referência ao ufanismo do pernambucano(a). 

    Casa de Joaquim Nabuco

    A concessão dos títulos de Cidadãos Pernambucanos aos desembargadores federais Fernando Braga, Roberto Machado, Cid Marconi, Leonardo carvalho e Leonardo Coutinho foi proposta pelos parlamentares Kaio Maniçoba, Fabrízio Ferraz, Aglailson Victor, Joãozinho Tenório e Antônio Coelho, respectivamente. Os membros da Alepe, também conhecida como Casa de Joaquim Nabuco, saudaram os magistrados. 

    “Esse título é uma justa homenagem a um homem cuja trajetória profissional e acadêmica transcende as fronteiras de Pernambuco e ecoa pelo Brasil. Além disso, é um reconhecimento do mérito e da contribuição inestimável do desembargador Fernando Braga para a justiça e para a sociedade”, disse Kaio Maniçoba. 

    “Dono de um invejável conhecimento jurídico e uma longa história entrelaçada e enraizada nos braços de Pernambuco, nada mais justo do que acolhermos o desembargador Francisco Roberto Machado como o mais novo cidadão pernambucano”, afirmou Fabrizio Ferraz.

    Representando o deputado Aglailson Victor, o parlamentar Eriberto Filho sublinhou os grandes feitos da multifacetada carreira do desembargador Cid Marconi. “Parabenizamos o Dr. Cid, um cidadão que, com sua vida e obra, tem fortalecido os valores que o povo pernambucano tanto preza”, declarou. 

    “A relação entre o Ceará e Pernambuco, estados irmãos, é forjada no respeito mútuo e na partilha de desafios e conquistas. Essa ligação também é marcada pela contribuição de figuras como a do desembargador Leonardo Carvalho, que, com sua sabedoria e humanidade, transpõe fronteiras e une pessoas em busca de um propósito comum: a promoção da justiça e do bem-estar social”, apontou o deputado Joãozinho Tenório.

    “Conceder um título de cidadão pernambucano é mais do que um simples ato administrativo; é a legitimação de uma conexão intrínseca entre a pessoa homenageada e a terra que a acolhe. Pernambuco é dono de um grande patrimônio histórico e cultural que, a partir de hoje, tenho a satisfação em dividir com vossas excelências e, em especial, com o desembargador Leonardo Coutinho”, destacou Antônio Coelho.

    Prestígio

    A solenidade foi prestigiada pelos filhos, filhas e esposas dos novos cidadãos pernambucanos, que também foram homenageadas com buquês de flores; pelas desembargadoras federais Joana Carolina e Cibele Benevides e pelos desembargadores Manoel Erhardt, Edilson Nobre, Rubens Canuto, Élio Wanderley de Siqueira Filho, Leonardo Resende, Rodrigo Tenório e Edvaldo Batista; por juízes e juízas federais e servidores e servidoras; além de familiares e amigos(as) dos agraciados. Compareceram, ainda, diversas autoridades parlamentares e jurídicas, como ouvidor do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), Eduardo Porto; o desembargador Romero Marcelo, representando o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB); o procurador-geral do Recife, Pedro Pontes; e o subprocurador da República, Joaquim Dias. 

     


    Por: Divisão de Comunicação Social do TRF5





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